Se iniciar no candomblé, ou como é popularmente conhecido o “fazer santo”, ou então “raspar Orixá”, é o momento no qual o abiã (noviço) recebe o chamado para firmar aliança com seu Orixá, então passará ser chamado dentro da comunidade (egbé), de yawò (noivo (a)) e exercerá a função de aprendiz.
Para ser iniciado, não basta raspar a cabeça e andar de branco, como os leigos acreditam,
a pessoa passará por uma série de rituais, onde cada um terá seu significado e seu papel dentro do processo litúrgico.
E todos são iniciados da mesma forma? Não, cada orixá, cada caminho, que chamamos de “qualidade”, é iniciado de uma maneira, conforme seu elemento natural e sua mitologia. Entre os atos mais marcantes, temos o ato público, que se chama “O dia do Orunkó”, onde o Orixá do iniciado irá “gritar” o nome na sala. A maioria das casas festejam esse dia, afinal o yawò está renascendo, fazendo parte do axé e de uma família espiritual.
Após o período de recolhimento e de resguardo, que vária de 21 dias a 3 meses, dependendo de cada nação e cada axé, o iniciado terá uma aliança eterna com seu Orixá e irá passará por um período de 7 anos de aprendizado, até se tornar um egbomì, ou seja, um mais velho, podendo assim, ser ou não escolhido pelo orixá para exercer o cargo de sacerdócio.
Fazer santo, é o primeiro passo de uma longa jornada em busca da evolução espiritual, é entender que não estamos sozinhos no universo e para isso devemos em primeiro lugar, deixar a vaidade, o apego material e o ego, para alcançarmos o divino, resgantando o laço que temos com a mãe natureza e as forças que dela emanam.
Ouça seu coração e seu Orixá, procure uma casa de axé séria e de referencia, para ouvir o que Ifá, através do jogo de búzios, tem para te dizer. Você pode estar passando por um período difícil, não sabe o que fazer, não vê caminhos, então não adianta “apagar fogo”, deve-se recomeçar, buscar uma nova vida, a felicidade pode não ser constante, mas buscar o Orixá é receber a chance de fazer diferente, sabendo que nunca se estará sozinho.